Um cenário positivo para os próximos meses é esperado pelo setor de transporte de cargas. A perspectiva otimista vai se avolumando à medida que a atividade econômica se restabelece e que a vacinação de toda a população avança.
Temos acompanhado os esforços do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para garantir que a atividade transportadora funcione de maneira adequada, com a implementação de inúmeras obras que estão sendo realizadas em todo o país, além de leilões de aeroportos e portos e de concessões de rodovias.
Segundo relatório do Ministério da Infraestrutura, foram entregues 51 obras no primeiro semestre deste ano e foram gastos mais de R$ 3 bilhões em reconstrução e investimentos em novos empreendimentos e na retomada de obras.
Segundo o balanço, o resultado abrange a restauração e a finalização de rodovias, a construção de instalações portuárias e de ferroviárias, além de melhorias no setor aeroportuário.
Segundo o balanço, 29 ativos públicos foram concedidos à iniciativa privada totalizando R$ 17,85 bilhões em investimentos contratados. Esses ativos têm potencial de criar 338 mil empregos diretos e indiretos e efeito renda.
Também foram realizados 74 leilões para concessões de terminais portuários em diversos estados, em dois anos e meio, que somaram R$ 80 bilhões de investimento contratado.
Contudo, precisamos ainda de um olhar mais atento às necessidades do setor por parte de toda a cadeia envolvida uma vez que o setor de transporte afeta a sociedade como um todo.
É necessário mais investimento em infraestrutura e a aprovação das reformas política, tributária e administrativa.
A construção de pontos de parada e descanso para os caminhoneiros nas estradas também é um pleito antigo do setor. Atualmente, estão credenciados no Ministério da Infraestrutura 39 pontos de parada e descanso (PPD) certificados em 12 estados brasileiros localizados em rodovias federais e concedidas, com certeza um número bem aquém do necessário para atender aos transportadores de todo o Brasil.
Além disso, é urgente a aprovação do marco regulatório do setor. Todas essas medidas são fundamentais para que o transporte de cargas continue cumprindo a contento seu papel.
Há consenso entre os especialistas de que a recuperação da economia se dará pela infraestrutura, com a forte atuação do setor privado.
Atualmente, o volume de investimento em infraestrutura do Brasil está abaixo dos 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, o Brasil precisaria investir 4,3%, ao longo de 10 anos, para se tornar competitivo, segundo dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB). Esse é um foco determinante para o nosso desenvolvimento, porque, quando falamos em infraestrutura, não falamos apenas em transportes e logística, mas também em tecnologia. Nesta pandemia, o mundo passou a fazer uso intensivo da tecnologia para se adaptar à nova forma de conviver e de trabalhar.
Estamos otimistas com a melhora para o setor: as empresas estão comprometidas com a retomada da atividade econômica do país, indicando até mesmo uma recuperação de parte dos postos de trabalho perdidos durante a pandemia. As empresas não pararam de investir em frotas, em estrutura e em pessoas com o intuito de contribuir para a recuperação da economia e consequentemente com desenvolvimento do país.
Pedro Lopes
Presidente da Associação Brasileira de Logística e Transportes de Carga (ABTC) e vice-presidente do Capítulo Brasil, da Câmara Interamericana de Transporte (CIT)
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